quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Gosto do silêncio.

Das longas horas sem dizer uma palavra, quando o cérebro trava diálogos infinitos entre meus vários eus.
Gosto da solidão, de não me ver no espelho, de me perder na ficção das histórias da televisão até me perder entre quem fui ontem e quem jamais serei.
Aprendi a ver beleza no tempo que passa lento, na desaceleração dos dias, em ver através das cortinas o vento, o sol, a chuva que cai. Na insistente rotina que me mostra que a vida permanece, insistentemente, todos os dias.
Talvez viver seja muito mais ou muito menos, talvez as expectativas sobre o que deveria ser estraguem o que é, o que pode ser.
Não sinto mais falta dos abraços, dos contatos humanos, nascemos solitários, assustados, em uma sala fria, a luz nos cega, temos medo... E não é assim que atravessamos o túnel do tempo?
De certa forma só o que muda é a ampliação da consciência mas tudo permace igual, em seus ciclos eternos, pra mim, pra você, para todo mundo.
Não tenho medo do escuro nem da rotina, tenho medo do que não compreendo, do que não alcanço e do que insisto em querer.


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