segunda-feira, 18 de outubro de 2010

As vezes é preciso se exorcizar de si mesmo.


As vezes é preciso se exorcizar de si mesmo, e jogar tudo fora.

Abrir gavetas e armários, rasgar antigas fotografias, cortar o cabelo, parar de usar meias verdades e arriscar verdades inteiras na esperança de botar pra fora o que te consome, o que te faz mal... para então só depois seguir adiante.

Tem dias que o melhor a fazer é se cansar de si mesmo, das mesmas piadas e das mesmas mentiras, do jeito de ser, das manias, das chateações e amolações costumeiras, dos pensamentos cansativos e das aporrinhações familiares, por que assim a gente pode recomeçar.

Por que eu estive pensando, e de tanto pensar cheguei a conclusão de que pensei demais na vida. Perdi tempo demais tentando construir pra mim a vida que todo mundo sonhou, que todo mundo esperou, para que assim eu fosse alvo da admiração alheia.

Perdi tempo demais tentando ter o corpo que todos diriam ser PERFEITO, magro, bonito, carnudo, sexy, capa de revista... e agora me pergunto: cadê? pra quê?

Esqueci de ter meu proprio estilo, de criar meu proprio caminho, de abandonar tudo e seguir as variações do meu jovem coração.

Podia ter viajado mais, arriscado uma vida maluca, ter estudado moda, arte, cultura greco-romana, fotografia ou então ter estudado nada, ter virado uma cantora da noite e vivido para sempre na minha ilusão de pop star.

Podia não ter casado nunca, ter agora meu carro, um ap pequeno mas cheio de estilo no centro de alguma metrópole bacana, onde eu pudesse ter opções todas as noites em vez de moldar o sofá com o meu corpo todos os dias.

Podia ter feito outros caminhos, criado outras possibilidades, mas segui a caretice dos outros, fiz o que esperavam que eu fizesse e assim em tornei alguém muito menor do que poderia ser agora.

Em vez de abrir as asas como borboleta, me encolhi num casulo e gritei baixinho, deixa eu ser lagarta pra sempre... e assim fiquei, rastejando sem saber como é legal sentir o vento no rosto quando se pode voar.

A vida é rapida, tudo acaba muito rapido...
os sonhos, a juventude, as possibilidades, e antes que vocês pensem que ainda há tempo, preciso dizer que há algo que acaba em definitivo que é energia, energia para recomeçar...

Não dá pra fazer uma vida nova a cada dia, infelizmente.

Aproveitem seus dias, fritando, curtindo, zoando ou fazendo qualquer coisa que uma nova giria possa explicar, mas aproveitem sua juventude para descobrirem novos caminhos, construirem novas vertentes do que é viver, por que senão calha de vocês seguirem os passos dos que caminharam primeiro e só chegarem onde nós chegamos.

Ousem mais!

Sejam mais!

Ignorem antigas medidas!

Arrisquem novos modelos!

e cuidem-se, por que o mundo é mal.

Respeitem seus pais.

Amem suas vidas.

mas amem sempre mais a idéia de que a felicidade é escolha, por isso cabe a você saber como vai ser o dia de amanhã.

Vá a muitos shows e viaje o máximo que permitir.

Ame sempre de forma intensa e NUNCA magoe as pessoas.

E se um dia lembrarem de mim, saibam que eu fiz o que pude.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O movimento e o vencedor


Desde sempre me pego sendo mais impetuosa do que devia, mais arrojada e corajosa do que a maior parte das pessoas esperam que uma mocinha seja. Sempre fui assim, intrometida, digamos.

Eu era a que levantava a mão e perguntava e a que sempre tinha uma historia para fazer uma correlação pautada na experiência, ou a que estava sempre pronta pra aprender algo novo, aceitar um desafio e a principalmente a não se deixar paralisar pelo medo.

As vezes a vida me empurrando ladeira a baixo, medo de trincar os dentes, mas se alguém me perguntasse: topa fazer uma consultoria? rola ganhar um dinheiro extra trabalhando numa feira nautica? vender calcinha e soutien vindos de Friburgo? fazer monografia? eu já gritava logo: TOPO!!!!

E talvez essa dinâmica tenha me salvado muitas vezes da inércia da vida, aquela paralisação que vai rolando quando tudo parece dar errado e a gente pensa: me esforçar pra quê? nada dá certo messsssmo...

Não que hoje eu seja uma WINNER... *rs* mas estou mais estável, equilibrada e mais certa de algumas coisas na vida.

Nisso o meu trabalho foi PRIMORDIAL em minha vida.

Ter o meu salário, ser produtiva, dedicar-me a alguma coisa e me preocupar com coisas que não estejam atreladas ao meu umbigo, fizeram com que eu dedicasse parte da minha historia a uma construção maior, a uma interação com o mundo, e cada passo me levava a um curso novo, uma pós graduação, novoa contatos, novos amigos, novas conversas que me abriram oportunidade para aprender diversos assuntos por novas perspectivas.

O movimento...
esse bailado entre o nada e o alguma coisa.

que faz com que a gente saia de manhã com uma mochila, dinheiro de passagem, um pacote de biscoito e muitos anuncios de emprego numa manhã de segunda feira aos 17 anos.

que faz com que a gente se aventure pela central do Brasil as 23h de segunda a sexta, por 8 meses, para não perder a oportunidade de fazer aquele curso caríssimo que a empresa ofereceu e ninguém quis por que era difícil, cansativo, mas você agarrou a oportunidade

que faz com que a gente se arrisque numa prova num concurso publico em Bonsucesso, 8 da manhã de um domingo, em meio a um mega feriado.

O movimento do campeão, é aquele feito sempre de histórias de superação da preguiça, da angustia, do medo, da desilusão.

O movimento do campeão é aquele feito de esperança, confiança e fé no dia de amanhã...

Continuo no meu movimento, todo dia, mesmo agora com tantos cabelos brancos já tentando me acenar um fim da estrada, mas continuo nesse bailado por que de fato acredito que: sem esforço não há vitória, e eu nasci pra vencer.


We are the champion, my friend!