sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Ensaio sobre a cegueira



Vi esse filme uma duas vezes e li o livro faz um tempão.

As impressões ao ler o livro foram fortes, impactantes, mas definitivamente o fime faz de mim uma eterna estudante de filosofia.

Fico sempre a navegar mentalmente pelas cenas, pelas imagens e pelas questões que permeam as relações humanas que aparecem no filme por dias, semanas a fio.

A cada vez que vejo o filme, nao sei se por conta do meu estágio de amadurecimento ou da circunstância vivida, reparo em olhares e detalhes que não havia percebido num primeiro momento, e as vezes pequenos comentários fazem a gente rever sua percepção.

Da ultima vez que assisti, estava acompanhada do meu namorido e ele fez a seguinte pergunta: é o fim do mundo?

Gente!!!! a cegueira é o fim do mundo!!! ela trás o fim do mundo!!!! mas ela trás de qualquer jeito, não precisa ser de forma literal, aliás nem a cegueira precisa ser literal. Só que eu não tinha visto assim, desse modo...

A falta de vontade de ver, de compreender, de observar o mundo, faz com que ele fique cinza, fique sem perspectiva e faz com que a gente fique andando a esmo, vivendo a esmo, perdidos em nós mesmos.

Que magnífico é isso de aprender através do comentário do outro, numa percepção diferenciada a gente pode crescer ainda mais como ser humano por que começa a entender que o mundo é repleto de dimensões, as dimensões do saber e do sentir.

De resto claro que sempre vou recomendar uma obra de Saramago, saudoso e querido escritor, mas indico que ao assistirem o filme que abram seus olhos e vejam com a alma, a pesada e profunda relação dos que vivenciaram o ensaio sobre a sua propria cegueira naqueles dias de caos.

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