sexta-feira, 30 de maio de 2014

O sentido de PERIGO

Não sei vocês, mas comigo é assim:

O coração acelera, a noção de tempo parece mudar, tudo parece mais lento e silencioso ao meu redor, sinto uma pressão nos ouvidos e meus olhos saltam... uma ardência no peito, como se tivessem jogado um copo de agua gelada no meu coração, as pernas meio que fraquejam, e sinto o coração pulsando quase na minha garganta e aquela certeza em mente: perdi!!!!

É assim que sinto que estou em perigo, é o medo se instalando... pavor, panico, desespero. 

Lido muito mal com isso e peço a Deus todos os dias para que não sinta isso nem mais um minuto da minha vida. Até mesmo quando estou em crise com Deus conto com ele pra se lembrar desse meu pedido.

A gente aprende cedo a ter a noção de perigo. Meu filho de 2 anos e meio começa agora a entender o sentido de perigo e a se precaver dele... é instinto puro e aprendizagem com experiências vividas.

O organismo envia esses sinais para que a gente entenda o risco e se proteja, puro sensor de sobrevivência, mas muito embora tenhamos esse alerta, eu me sinto sempre como se fosse a gazela do animal planet correndo no campo desesperada enquanto o guepardo se aproxima rapidamente. Me sinto com medo! e não tenho vergonha de dizer isso. 

Ter vivido uma perda tragica aos 7 anos de vida me fez entender que as coisas ruins acontecem na casa da gente, não é só no telejornal... o bicho papão existe e ele pode saltar debaixo da sua cama qualquer dia desses, num daqueles momentos que eu peço a Deus pra não viver de novo.

A crescente violência urbana, a maldade nas pessoas, a vida tão cheia de perigos, o alto valor dos que são caros, a falta de policiamento e tudo o mais que temos vivido tem me deixado em panico, e não é um medinho de nada, do tipo que a gente para num bar, toma uma cerveja e esquece... não, eu não vou mais ao bar, não tomo mais cerveja, não fico na rua, é de casa pro trabalho e rezando para chegar bem, monitorando os filhos em varios momentos do dia, se sentindo adoecida, preocupada, angustiada...a vida vem paralisando a cada dia, com isso o isolamento social, e por fim... a paralisia total, a vontade de nao sair mais de dentro de casa.

Sim, eu adoeci.

Vontade imensa de pegar meus filhos e ficarmos vivendo num universo paralelo, aqui dentro, trancados e protegidos, ou então vender tudo, dar uma de doida, me mudar pra algum país mais civilizado, virar hippie sei lá... mas fugir pra longe daqui, me proteger, correr para as colinas.. por que estamos como a gazela, correndo em vão todos os dias.

Será que há uma solução pra isso tudo? manifestar-se em passeatas, votar melhor, ser bacana, fazer caridade, o que me protege? será que só eu ando me sentindo dessa maneira? até quando vamos conseguir viver assim sem que essa neurose nos consuma? 

Eu não sei se dou conta por muito tempo...

Preciso me sentir segura. Preciso de paz.

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